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quarta-feira, 13 de março de 2013

Dilma vai acabar com o SUS?

Publicado na folha em 05/03/2013 em tendências/debates
Por Lígia Bahia. Luis Eugenio Portela, Mário scheffer

    O desmonte final do Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo negociado a portas fechadas, em encontros da Presidenta Dilma Rousseff com donos de planos de saúde, entre eles financiadores da campanha presidencial de 2010 e sócios do capital estrangeiro, que acaba de atracar faminto nesse mercado nacional.
    Na pauta, a chave da porta de um negócio bilionário, que são os planos de saúde baratos no preço e medíocres na cobertura, sob encomenda para estratos de trabalhadores em ascenção.
    Adiantado pela Folha, o pacote de medidas que prevê redução de impostos e subsídios para expandir a assistência médica suplementar é um golpe contra o SUS ainda mais ardiloso que a decisão do governo de negar o comprometimento de pelo menos 10% do Orçamento da União para a saúde.
    A proposta é uma extorsão. Cidadãos e empregadores, além de contribuir com impostos, serão convocados a pagar novamente por um serviço ruim, que julgam melhor que o oferecido pela rede pública, a que todos têm direito. Em nome da limitada capacidade do SUS, o que se propões é transferir recursos públicos para fundos de investimentos privados.


    O SUS é uma reforma incompleta, pois o gasto público com saúde é insuficiente para um sistema de cobertura universal e atendimento integral. Isso resulta em carência de profissionais, baixa resolutividade da rede básica de serviços e péssimo atendimento à população.
    Nos delírios de marqueteiros e empresários alçados pelo governo à condição de formuladores de políticas, o planos de saúde surgiria como"miragem" para a nova classe média, renderia a marca da gestão e muitos votos em 2014.
    Pois o mercado que se quer expandir com empurrão do erário não é exatamente um oásis no meio do SUS. Autorizados pela agência reguladora, proliferam planos de saúde pobres para pobres, substitutivos "meia-boca" do que deveria ser coberto pelo regime universal.



   Na vida real, são prazos de atendimento não cumpridos, poucos especialistas por causa de honorários ridículos, número insuficiente de serviços diagnósticos e de leitos, inclusive de UTI, negativas de tratamentos de câncer, de doenças cardíacas e transtornos mentais, redes reduzidas que impedem o direito de escolha e geram longas filas e imposição de barreira de acesso, como triagens e autorizações prévias.
    
                                          Quem tem planos de saúde conhece bem esse calvário.

    Limitados pelos contratos, dirigidos a jovens e sadios formalmente empregados, os planos de saúde não aliviam nem desoneram o SUS, pois fogem da atenção mais cara e qualificada. Não são adequados para assistir idosos e doentes crônicos, cada vez mais numerosos. Assim, os serviços públicos funcionam como retaguarda, uma espécie de resseguro da assistência suplementar excludente.
    Nos Estados Unidos, a reforma de Obama enquadra os planos privados e tenta colocar nos trilhos o sistema mais caro e desigual do mundo. País de recursos escassos, se delegar o futuro a quem vida o lucro com a doença, o Brasil seguirá é o caminho da Colômbia, que vive um colapso na saúde.
    É inaceitável, em uma sociedade democrática, a intenção do governo de abdicar da consolidação do SUS,  de insistir no subfinanciamento público e apostar no avanço de um modelo privado, estratificado, caro e ineficiente.


    O Movimento Sanitário, o Conselho Nacional de Saúde, o Congresso Nacional, o Ministério Público e o Supremo Tribunal precisam se manifestar sobre esse despropósito inconstitucional.
    É POR ISSO QUE TEMOS QUE IR PRA RUAS LUTAR PELOS NOSSOS DIREITOS, PELO QUE É NOSSO, PARA QUE NENHUMA BURGUESIA VENHA TIRAR O QUE É DA SOCIEDADE. ENTÃO, VAMOS Á LUTA?!

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