Quem somos?
Nós somos os
secundaristas do Coletivo Vamos à Luta e da Juventude do PSOL. Somos uma
juventude revolucionária que atua nos grêmios, greves, passeatas, ocupações, nas
ruas e redes sociais. Inspiramos-nos na juventude secundarista chilena que nos
últimos anos saiu a lutar em defesa de uma educação pública. Somos indignad@s,
como a juventude européia, com a falta de futuro imposta pelo mercado e pelo
sistema para nossa geração, que acredita na necessidade de construir uma
democracia real.
Ao contrário da
majoritária da UBES (UJS-PC do B), combatemos o governo Dilma que tem sucateado
a educação pública e faz do país um verdadeiro balcão de negócios.
Nacionalmente, construímos o Coletivo Vamos à Luta - Oposição de Esquerda na
UBES, porque os governistas não nos representam!
No Rio de
Janeiro, fizemos parte da juventude que construiu a Primavera Carioca, ao lado
de Marcelo Freixo, contra o PMDB do Eduardo Paes que quer privatizar o Maracanã
e beneficia as empresas de ônibus. Somos a juventude que protagonizou as lutas
contra o aumento da passagem de ônibus em Belém e que barrou a proposta do PSDB
no Pará de extinção do Convênio/vestibular na rede estadual de ensino. Estivemos
na luta com os estudantes de Uberlândia contra o fim do PAAES. Seguimos na luta,
pois não confiamos nesses governos que atacam os
estudantes!
Convidamos você
a construir conosco essa luta! Vem pra juventude que não é capacho dos governos
do mensalão e das empresas de ônibus! A juventude dos indignad@s, do socialismo
e da liberdade! E ai, Vamos à luta?
Que País é
esse?
A posse de José
Genoino (PT) como deputado federal, mesmo após ter sido condenado pelo STF no
julgamento do mensalão, mostra o descaso e a cara de pau do PT e de seu governo
com a juventude e os trabalhadores. Defendem a qualquer custo seus mensaleiros,
os corruptos que desviaram verba pública para garantir que a Reforma da
Previdência de Lula passasse no Congresso. Marcos Valério, condenado pelo
Supremo Tribunal Federal a mais de 40 anos de prisão como operador do mensalão,
disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu o "ok" para os
empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT com a finalidade de viabilizar o
esquema do mensalão. Depois das últimas declarações de Valério, fica cada vez
mais difícil para Lula continuar afirmando que "não sabia de nada". É necessário
que o ex-presidente seja investigado para que se apure seu real envolvimento no
escândalo.
Para garantir as
verbas para corrupção e para os grandes empresários e banqueiros, o governo
Dilma (PT/PMDB/PCdoB), realizou os maiores cortes de orçamento, cortando verbas
das áreas sociais que atingem a juventude e a classe trabalhadora! Nos governos
Lula/Dilma aprofundou-se a crise social, as desigualdades e o sucateamento dos
serviços públicos. Só nos últimos 2 anos Dilma já cortou mais de 5 Bilhões de
reais da educação, enquanto isso 47% do PIB do Brasil é destinado aos
banqueiros! Além disso, segue aplicando a política de privatização do governo
FHC, com os leilões do petróleo, a privatização dos aeroportos e o "kit da
felicidade" do Eike Batista com a privatização das estradas. Tudo isso prova que
o governo PT/PMDB/PCdoB está ao lado dos grandes empresários e não dos
trabalhadores. Não obstante a toda essa situação, os anos de 2011 e 2012 foram
marcados por greves e paralisações que denunciavam o descaso de Dilma e a
jogatina de interesses deste governo. Greves que Dilma encarou com corte de
ponto e repressão, ao mesmo tempo em que defendia os dirigentes do PT condenados
por corrupção no julgamento do mensalão.
A educação de
mal a pior e a UBES na contra-mão dos estudantes
A educação é uma
das áreas que mais tem sofrido ataques. Atrelado às atitudes do governo federal,
a política dos governos Estaduais e Municipais, tem gerado um profundo
sucateamento das Escolas de Ensino Fundamental e Médio. A realidade da maioria
das escolas no Brasil é de extrema precarização, com infra-estrutura decadente,
falta de professores, laboratórios, livros na biblioteca e merenda de qualidade.
Nas Escolas de Aplicação das Universidades a realidade não é muito diferente.
Nos últimos anos, reflexo direto do corte de verba do governo Dilma, as EA’s tem
sofrido um processo de precarização do ensino e da estrutura física. As
instituições de Ensino Fundamental e Médio Particulares seguem crescendo no país
sem a devida fiscalização, onde os estudantes são submetidos a mensalidades
caríssimas e de qualidade duvidosa.
Além disso, os
estudantes se deparam com as dificuldades de seguir estudando diante do
aprofundamento da crise social, aumento da passagem de ônibus, necessidade de
trabalhar, a falta de perspectivas e a dificuldade de entrar em uma universidade
pública.
A UBES
(UJS/PCdoB) não tem cumprido o papel de representar os estudantes e prefere
fechar os olhos para os problemas e continuar atrelada ao Governo Dilma
(PT).
Diante desta
realidade devemos unificar os estudantes secundaristas em torno de suas
pautas. Seguir
o exemplo dos estudantes do Pará que foram às ruas no final do ano passado e
pararam a capital contra a extinção do Convênio/Vestibular nas Escolas
Estaduais; dos secundaristas de Uberlândia que lutaram contra o fim do PAAES; e
dos secundaristas do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro que estiveram na linha
de frente da greve nacional dos institutos federais em 2012. É preciso
fortalecer a luta pela reforma nas escolas, por mais verbas para a educação e a
batalha contra o aumento da passagem de ônibus, bem como, pelo passe-livre
irrestrito! Nós, do Coletivo Vamos à Luta acreditamos que o Encontro de Grêmios
da UBES tem que servir para mobilizar os estudantes, tirando uma jornada de
lutas nacional que denuncie o Governo Dilma e os Governos Estaduais pelo
aprofundamento da crise educacional!
E o mundo lá
fora?
A
juventude do mundo luta!
A juventude do
mundo nos mostra nas ruas qual é o caminho que devemos seguir. É só olharmos
para os indignad@s na Europa, que junto com os trabalhadores enfrentam os
governos que aplicam os ajustes e tentam passar, para o povo, a conta da crise
econômica. Ou então para o Mundo Árabe, onde foram derrubadas ditaduras de
décadas mostrando que nada é impossível de mudar. Também vale lembrar que na
Síria, por exemplo, ninguém imaginaria que 15 secundaristas ao serem presos e
torturados, pichando seu colégio com frases em solidariedade a revolução egípcia
e tunisiana, despertariam uma revolução que enfrenta sem medo, com armas nas
mãos, uma ditadura sanguinária que mesmo massacrando o povo com bombas não
impede o ímpeto revolucionário da juventude e dos trabalhadores sírios.
Na América
Latina não é diferente. No Chile os secundaristas realizaram gigantescas
mobilizações, ocuparam os seus colégios e enfrentaram sem medo a dura repressão,
para lutar por uma educação pública e gratuita, já que persiste no país um
modelo educacional da ditadura de Pinochet, onde quase toda a educação é
privatizada. Na Argentina os secundários também saíram às ruas e ocuparam mais
de 60 colégios para enfrentar as reformas curriculares da Lei Nacional de
Educação e a crise das escolas estatais que se acelera com os cortes de verbas
para o setor que aplica o governo Kirchner.
Existe uma nova
situação mundial permeada de lutas e resistências. E nós do coletivo Vamos à
Luta e da juventude da CST-PSOL somos ser parte dela. Somos os jovens chilenos,
argentinos, espanhóis, sírios não confiamos nestes governos e apostamos na nossa
mobilização para conquistar mudanças. Essa é a juventude
indignada.
Pronatec: Mão de
obra barata e transferência de verbas públicas para a iniciativa
privada
A movimentação
do governo Dilma, é parte de um plano maior com o Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico (PRONATEC). Elaborado pelo governo federal, junto com a
Confederação Nacional da Indústria (CNI), este programa, além de dialogar com o
que existe de mais reacionário na sociedade, tem um claro objetivo de oferecer
mão de obra barata para a grande indústria e transferir verbas públicas para a
iniciativa privada.
É preciso uma
mão de obra técnica para projetos como as obras do PAC, da Copa, Olimpíadas e as
instalações de multinacionais. Por isso a tendência é de um "boom" sobre o
ensino técnico, a partir dos projetos em curso com o PRONATEC, com cursos
rápidos e que dêem a impressão na população de que o governo está investindo em
educação. Nada mais falso. A intenção do governo passa longe de garantir que a
juventude tenha oportunidade de bons empregos com cursos profissionalizantes. O
governo financia o Sistema S (Senac, Sesc, Senai, Sesi), por meio do BNDES ao
invés de fortalecer os Institutos federais e não tem um tratamento diferenciado
com os mesmos por pertencerem a iniciativa privada. Serão investidos até 2014
aproximadamente R$ 24 bilhões. Dinheiro que poderia ir para os IFET’so para
criar novas vagas nas universidades públicas vão alimentar o setor privado.
Nós do Coletivo
Vamos à Luta defendemos ensino técnico público e de qualidade, para a juventude
ter uma fonte de renda imediata. É preciso que se amplie o número de Institutos
Federais de ensino técnico e um maior investimento nos mesmos. Defendemos também
a garantia do acesso ao ensino superior como prioridade para a juventude.
Enem e acesso a
universidade
Pela
universalização do acesso à universidade pública
Desde sempre o
movimento estudantil luta pela democratização do acesso a universidade, embora
tenham sido criadas novas vagas e diferentes processos seletivos, como os
processos seriados e o ENEM, o ensino superior ainda é privilégio de 19% da
juventude brasileira e só 3% dela tem acesso a educação
pública.
Definitivamente
o ENEM não resolveu o problema do acesso a universidade pública, é o vestibular
de cara nova, ainda representa o funil social da segregação que se apega ao
discurso da meritocracia, esquecendo que a mesma tem como principio a igualdade
de condições, inexistente entre os 3 milhões de
concorrentes.
Defendemos o
acesso universal a educação superior, que todos possam entrar na universidade e
que tenham educação pública, gratuita de qualidade. Pra que isso aconteça é
preciso dar um giro de 360° na prioridade de investimentos do governo Dilma (PT)
que aplica apenas aproximadamente 5,7% do PIB em educação
pública.
Esse ano as
universidades começam a aplicar a nova lei de cotas que prevê a reserva de 50%,
podendo chegar a 80%, das vagas da universidade federal- imediatamente ou ao
longo de 4 anos- a estudantes de escola publica, de baixa renda e ao PPI (preto,
pardo e indígena). Acreditamos que a universidade precisa avançar cada vez mais
no que diz respeito a democratização e popularização da mesma. Por isso,
defendemos as cotas sociais e étnico-raciais. Contudo acreditamos que esse deva
ser um ano repleto de lutas em busca de mais verbas para assistência estudantil.
O estudante cotista não deve servir apenas de dados para o governo propagandear,
é preciso garantir a permanência destes estudantes aumentados às verbas do
PNAES. É necessário que todos os estudantes além de entrarem na universidade,
também consigam permanecer na universidade, por isso assistência estudantil é
uma necessidade e um direito!
Vamos a Luta por
um acesso verdadeiramente democrático a universidade e por
assistência estudantil!
Eu quero falar,
eu quero votar!!!
Os estudantes
precisam ter a sua voz assegurada dentro das escolas. Para isso é importante que
se implemente uma campanha de fundação de grêmios e por gestão democráticas nas
instituições de ensino. Queremos eleição direta para diretor e funcionamento
democrático do conselho escolar com composição paritária. Não podemos aceitar
que os diretores sejam indicados pelo governo sem a consulta dos alunos ou da
comunidade escolar como um todo! Chega de diretores que dirigem os colégios de
forma ditatorial querendo fazer o que bem entendem sem consultar ninguém. Chega
de professores que agem de forma autoritária dentro das salas de aulas! Os
estudantes têm o direito de decidir sobre os rumos da educação que lhes é
oferecida e devem ser respeitados! A indicação pelo governo só serve para
assegurar a implementação da política do mesmo dentro da escola e frear a
organização estudantil e a luta por melhorias.
Passe -
Livre
O passe-livre é
uma necessidade e um direito. Todos os jovens deveriam ter passe-livre gratuito
e irrestrito todos os dias da semana para poder freqüentar a escola e espaços
de lazer. Porém, a realidade dos jovens no Brasil está longe de ser esta. A
grande maioria dos estudantes não tem passe-livre e os poucos que conseguiram,
com muita luta este, direito o vêem sendo cada vez mais restringido com os
limites nas passagens. Sem este direito os estudantes são obrigados, por muitas
vezes, a largar os estudos, além de serem impedidos de freqüentar espaços que
extrapolem as escolas e que contribuem para seu desenvolvimento. Não bastando
isto, as tarifas de ônibus, metrô, trem e etc, estão cada vez mais caras e o
serviço no transporte cada vez pior! As empresas que hoje comandam o transporte
público no Brasil são as mesmas que financiam as campanhas eleitorais de
governantes, que as beneficiam privatizando o transporte público e liberando o
aumento das passagens sem precisarem dar qualquer tipo de esclarecimento e sem
consultar a população. Governantes e empresários vivem uma eterna troca de
favores, o lucro de um é o lucro do outro, e em prol deste lucro, aumentam as
tarifas, não dão passe-livre, submetem a população à condições extremamente
precárias e inseguras, além de fazer o motorista exercer a dupla-função!
Devemos nos organizar e ir às ruas contra o aumento das passagens e pelo
passe-livre irrestrito! Infelizmente, não podemos confiar na majoritária da UBES
( PCdoB) para organizar e mobilizar os estudantes para esta luta, pois esta
direção está comprometida com os mesmos governos que arrancam os nossos direitos
e reprimem nossas manifestações, a exemplo do que fizeram em Teresina, onde
pactuaram com a prefeitura!
Nós defendemos
que todos os jovens tenham direito ao passe-livre irrestrito! Defendemos que o
passe-livre seja pago pelas próprias empresas de ônibus. Deve ser pago pelo
lucro dos empresários! Somos
contra o aumento da passagem e contra a dupla-função! As
manifestações contra o aumento das passagens já começaram! Nós, secundaristas,
precisamos nos organizar em cada cidade e estado e devemos estar a frente desta
importantíssima luta! Chega de governantes e empresários
lucrando às nossas custas!
Por uma direção
indignada e de luta na UBES!
No ano passado
comemoramos 20 anos do Fora Collor, quando a juventude tomou as ruas contra o
governo e a corrupção. De lá pra cá a direção da UBES deixou de mobilizar os
estudantes. Hoje são governistas e tem rabo preso em esquemas
corruptos.
O exemplo disso
é o ex-ministro dos esportes, Orlando Silva (ex-presidente da UNE e ministro
pelo PCdoB) foi afastado por isso. Outro dirigente do PCdoB, Aldo Rebelo, foi o
relator das mudanças no código florestal para beneficiar o agronegócio, que
financia sua campanha. O PCdoB ocupará a vice-prefeitura de Haddad em São Paulo,
governando junto com Maluf, um bandido procurado pela Interpol. Em troca de
milhões de reais e de cargos, a direção da UBES se tornou o braço direito do
governo no movimento estudantil. Para isso passam por cima do interesse dos
estudantes. Para que a UBES volte a ser uma entidade combativa e que represente
os estudantes é preciso derrotar essa atual direção pelega. Nesse caminho vamos
construir uma nova direção democrática e de lutas. A direção da UBES deve ser
composta pelos estudantes secundaristas que lutam e não pelos aliados dos
governos que nos tiram direitos! Temos que construir essa direção não a partir
da fundação de novas entidades secundaristas municipais, estaduais ou nacionais,
mas sim na luta cotidiana das escolas, no fortalecimento dos grêmios que
organizem as lutas dentro das escolas e unifiquem as pautas estudantis pela
base, através de fóruns e encontros de grêmios que construam uma jornada
unificada de lutas!
Fonte: http://vamosalutanacional.blogspot.com.br/2013/01/manifesto-do-coletivo-vamos-luta-ao.html
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